Primeiros passos
sexta-feira, setembro 05, 2014 |
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Não passei a noite chorando e não tive sonhos ruins, simplesmente caí no sono, rapidamente, pela exaustão do dia anterior. Estranho, eu imaginei o momento da despedida de forma totalmente dramática e triste, porém foi surpreendentemente tranquilo.
O nosso último abraço aconteceu em câmera lenta, todo mundo ao redor parou para ver o adeus do jovem casal. Claro... Quem não adora ver um drama de perto ? Confesso que gostei da sensação, o tempo parado e nós em meio aos olhares curiosos...
Não me afoguei em lágrimas, como o esperado (?), no máximo meus olhos marejaram. Permaneci tranquila, intacta... Inabalável. Eu não estava ali. Parecia um sonho distante. A ficha não tinha caído, na verdade, ainda não caiu. Além do mais, não queria que os outros me vissem chorar. Mas não foi isso que deteve minhas lágrimas. Elas simplesmente não queriam sair. Ansiosa que sou, chorei nas noites anteriores.
Uma, no silêncio do meu quarto. Outra, na presença dele, na nossa última noite juntos.
Acho que aquele ditado ou conselho, seilá, é verdade : chorar faz bem. Chorei antes e na frente de quem
interessa.
O primeiro dia foi razoável. Consegui acordar cedo e arranjei forças para assistir aula. Ao menos era minha disciplina favorita, fotografia. Recebi uma mensagem dele dizendo que tinha chegado sã e salvo em seu novo lar. Descobri o verdadeiro significado da palavra alívio. Mas a sensação agradável durou pouco, o recado contava que seu acesso à internet está limitado e levará um tempo para nos comunicarmos direito.
Respondi há seis horas e a mensagem nem sequer foi visualizada. Muito provavelmente apenas terei minha resposta amanhã. Essa falta de comunicação me aperta o coração. Quase nove horas da noite e nenhuma previsão da bolinha ao lado da sua foto ficar verde.
Disse que a internet se normaliza no dia 18. Enquanto isso vou ficar esperando uma eternidade por respostas. E se eu achar um gif legal de madrugada? Pra quem eu vou mandar ? Ou melhor, quem vai me mandar gifs legais de madrugada. Isso se compara a viver no século passado, hoje em dia. Duas semanas sem conversas fora de hora. Isso já é tortura e não namoro à distância.
Não consigo parar de pensar no que eu estaria fazendo agora se ele ainda estivesse aqui. Hoje é sexta, mas parece segunda. Aliás, todos os dias de agora em diante serão segundas. Pra que serve os finais de semana pra quem namora a distância, senão pra se afundar na internet, comida ou faculdade. Pelo menos eu posso me iludir, pensando que com a distância vou ficar mais independente e dedicar mais tempo aos estudos. Doce ilusão.
1 comentários
as vezes existem dores ,que nao podem ser subitraidas mesmo que todos queram nos ajudar,vc sabe qual o motivo das suas marcas,mas tambem sabe que é mais verdadeiro que o mundo que o cegue de fora,sabe que pode estar aqui ou a milhares de quilometros ,mas deve e tem o dever de saber superar porque no fim as coisas sempre voltam a ser como o que se quer pra ser feliz,so vc sabe a forca que os envolve ,e eu aposto que tudo dara certo para vc tavora.
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