Quotes preferidos : Pergunte ao pó - John Fante

terça-feira, outubro 14, 2014


Ask the dust

Adquiri meu desejado Pergunte ao pó segunda passada e terminei de degustá-lo hoje à tarde. Não é a toa que Bukowski morre de amores por esse livro, de fato o autor adota vários elementos da obra de Fante.

Não tem como não odiar e amar Arturo Bandini ao mesmo tempo, com seus acessos de bipolaridade, vai da miséria à riqueza, do oito ao oitenta,do lixo ao luxo em questão de momentos. Arturo é o protagonista da história, deseja ser um escritor de sucesso e vai à Los Angeles em busca do sonho. A trama é narrada em primeira pessoa, os acontecimentos se misturam aos pensamentos de Bandini de forma fluída e natural.

Ele está longe de ser um mocinho quadrado chato. Arturo é cruamente real, compartilhando suas frustrações e desejos. Fante não mede palavras e as deixa transcorrer por entre as páginas sem nenhum tipo de maquiagem.

Os personagens transparecem defeitos e fraquezas, são caracterizados por suas falhas e contradições. O envolvimento de Bandini e Camila Lopez é conturbado, aliás não se sabe se existe algum relacionamento de fato, pois são inconstantes, confusos e temperamentais.

Não quero fazer uma resenha do livro, apenas pretendo deixar as impressões que tive da obra tão aclamada de Fante. Por isso mesmo, intitulei o post de 'quotes preferidos', pois prefiro que as palavras do escritor falem por si mesmas.

"...vá com calma, saia e aprenda sobre a vida, caminhe pelas ruas. Este é o seu problema : sua ignorância da vida"

"Mas é mais limpa do que eu, porque não tem nenhuma mente pra vender, apenas aquela pobre carne."

"Ás vezes uma ideia pairava inofensivamente através do quarto. Era como um pequeno pássaro branco. Não fazia por mal. Só queria me ajudar, o pobrezinho do pássaro. Mas eu o golpeava, martelava o teclado, e ele morria em minhas mãos."

"...deixe-me um tempo comigo mesmo, para ansiar e sonhar de olhos abertos."

"...condenados a morrer ao sol, uns poucos dólares no banco, o suficiente para assinar o Los Angeles Times, o suficiente para manter viva a ilusão de que isto era um paraíso, de que suas casinhas de papier mâché eram castelos."

"Eu os vi cambalearem para fora de seus palácios de filme e piscarem os olhos vazios diante da realidade uma vez mais e cambalearem até a casa para ler o Times, para descobrir o que está acontecendo no mundo."

"...pobre garotinha com os doces olhos de um bebê e a alma de um ladrão."

"...a miséria vazia de voltarem para casa ao amanhecer."

"Comecei a perguntar-lhe o que queria , mas ela não parecia do tipo que aceitava perguntas."

"Que importa? Você não é ninguém e eu podia ter sido alguém, e o fim da estrada pra nós dois é o amor."

"...sou tão boa que mereço mais do que seu nojo."

"...todos estávamos por pouco tempo e então estávamos em outro lugar, não estávamos vivos de verdade, estávamos próximos da vida, mas nunca a concretizávamos."

"Eu disse uma prece mas era pó na minha boca."

"Certo, sou um covarde, mas sejam corajosos, seus lunáticos vão em frente, sejam corajosos e caminhem debaixo desses grandes  edifícios. Eles os matarão. "


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